A capital baiana, conhecida por sua forte identidade afro-brasileira, agora abriga um novo espaço dedicado à arte e ancestralidade. O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) inaugurou a loja “Odoyá”, localizada no piso térreo da instituição. O espaço valoriza a cultura de matriz africana e incentiva a circulação de obras de artistas contemporâneos e artesãos locais.
Inspirada na força e simbologia de Iemanjá, a loja reúne um acervo diverso que inclui gravuras, xilogravuras, esculturas em madeira, cerâmicas artesanais e peças exclusivas assinadas por nomes como Sandro Ayê, Luisa Magaly e os mestres ceramistas de Maragogipinho, no Recôncavo Baiano. Projetado pelo arquiteto Wesley Lemos, em parceria com Vini Brandão e Alessandra Cohen, o ambiente da loja possui um design que remete à ancestralidade e à simbologia das águas, utilizando formas geométricas e texturas orgânicas.
As obras expostas carregam um forte simbolismo de ancestralidade e sustentabilidade. As esculturas de Sandro Ayê, por exemplo, são feitas a partir de madeiras recuperadas de casarões históricos de Salvador, ressignificando elementos do passado em arte. Já as cerâmicas de Luisa Magaly combinam técnicas tradicionais e elementos naturais, promovendo a fusão entre história e contemporaneidade. Além disso, o espaço abriga criações da estilista Goya Lopes, conhecida por suas estampas inspiradas na iconografia afro-brasileira e nos orixás.
Além de enriquecer o cenário artístico da cidade, a Odoyá tem um propósito social importante: toda a renda arrecadada será revertida para a manutenção do MUNCAB, fortalecendo a economia criativa e priorizando empreendedores e fornecedores negros.
Fotos: Divulgação