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O artista plástico Alberto Pitta conversa sobre carreira, planos e fontes criativas

Quem vê as estampas produzidas pelo artista plástico Alberto Pitta nos desfiles do Cortejo Afro, em Salvador, mal sabe que a sua maior vontade quando criança era ser jogador de futebol. Pitta chegou a treinar em alguns clubes profissionalmente até metade da década de 1980, mas a arte das mãos falou mais forte que a dos pés. Filho de Mãe Santinha, ialorixá do Ilê Axé Oyá, absorveu logo na infância signos afro-baianos vindos dos bordados em richelieu feitos pela mãe.

Pitta, um dos mais destacados artistas visuais do Brasil, é conhecido por sua criatividade ilimitada. Ele fundou o Cortejo Afro, um bloco tradicional do Carnaval de Salvador, e projetou fantasias para blocos consagrados como Filhos de Gandhy, Olodum e Ilê Ayê. Sua especialidade é criar estampas que refletem a ancestralidade.

“Eu conto histórias por meio dos panos dos blocos Afro”, diz.

“De certo modo, eu promovo o encontro daqueles que não tiveram oportunidade de ir à escola com aqueles que vêm da academia, mas não sabem ler símbolos milenares de África”, conta Pitta. Estes signos são a maior fonte criativa para a arte do baiano que diz não se inspirar em nenhum artista jovem. “Minha inspiração é ancestral”, conta. 

O Cortejo Afro é reflexo disso. O bloco surgiu em 1998 com o objetivo de propor uma nova estética ao Carnaval da Bahia. “O diálogo entre diferentes povos e religiões é a nossa meta”, diz.

“Entendo que é importante a troca de saberes para a construção de uma sociedade mais justa e a arte e a estética estão a serviço desse cortejamento”

diz pitta

Projeto social de Arte Educação

O Instituto Oyá, fundado por Anísia da Rocha Pitta, Mãe Santinha, no terreiro Ilê Axé Oyá, em Pirajá, visa o desenvolvimento humano, intelectual e artístico de crianças e jovens vulneráveis. O projeto, que atende mais de 150 crianças, oferece aulas de dança, música, percussão, estamparia, artes plásticas e outros, promovendo uma educação plural e antirracista.
Conheça Instituto Oyáhttps://institutooya.org/web

Fotos: Divulgação

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