A tradição dos mexicanos em cultuar a morte e os seus mortos vem das civilizações pré-colombianas da Mesoamérica. Os espanhóis que passaram a viver no México se apropriaram dessa cultura e adequaram à sociedade mexicana. Segundo a tradição, os mortos costumam voltar para os seus familiares e amigos no Dia de Finados.
As famílias se preparam para receber os seus entes queridos enfeitando altares com flores, velas e incensos. Nas oferendas são colocadas fotos dos mortos, da família e dos donos das casas, além das comidas preferidas e objetos que estiveram intimamente relacionados com a vida e hábitos dos mortos.
“Viva – a Vida é Uma Festa”
A decisão de viajar se deu após assistir ao musical de desenho animado da Pixar: “Viva – a Vida é Uma Festa”, cujo título original é “Coco”. O filme possui um enredo ambientado nas tradições mexicanas com ênfase no culto ao Dia dos Mortos. Encanta pelo colorido e pela cultura mexicana. Era isso que queríamos ver por lá. Já tínhamos ficado impressionados com a festa do Dia dos Mortos desde a cena de abertura do filme de 007 contra Spectre.
HOMENAGEM COM ALEGRIA
A Festa dos Mortos não é um evento triste. É animada, costuma ter música e dança. Acontece no país inteiro e pode durar até uma semana em alguns locais.
Os cemitérios ficam bastante decorados. Cada família limpa e pinta os túmulos e coloca flores e enfeites no lugar. As crianças vestem-se de caveiras e roupas com esqueleto. Na Cidade do México, no desfile do Dia dos Mortos no dia 2 de novembro, existem várias alas com fantasias diferentes que estão acompanhadas de muita música, dança e manifestações dos participantes.
CATRINAS E ALEBRIJES
Algumas alas trazem as “catrinas”, nome dado aos esqueletos bem-vestidos desenhados pelo artista José Guadalupe Posada, que ajudou a fomentar a fascinação mexicana pela morte. Alguns carros alegóricos apresentam imagens dos “alebrijes”, animais fantásticos e imaginários que foram se tornando símbolos do Dia dos Mortos.
DIAS DE CELEBRAÇÃO
31 de outubro: as famílias recebem amigos, vizinhos e familiares para reverenciarem aqueles que já partiram.
1º de novembro: acredita-se que as almas das crianças voltam para conviver com as suas famílias.
2 de novembro: voltam as outras almas (dos adultos) dos mortos que estão sendo homenageados. Depois partem de volta para o inframundo e só retornam no ano seguinte.
Os primeiros “alebrijes” surgiram a partir de 1936, quando o artista plástico mexicano Pedro Linares López começou a produzir alguns artesanatos representando animais fantásticos e imaginários.
Pela calçada uma multidão acompanha o desfile. Mexicanos e turistas pintam o rosto de caveiras, para entrar no clima. O desfile termina no Zócalo, a praça central da cidade, encantando a todos pela beleza cultural.
Por: Joaquim Nery
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Joaquim Nery é geógrafo, professor, fotógrafo, empresário e viajante apaixonado. Já visitou mais de 60 países percorrendo os extremos do planeta e diversas regiões do Brasil, recheado de excelentes fotografias que falam sobre cada lugar.
Foto chamada: Getty Images